
Fonte: http://diellyfontes.blogspot.com.br/
Algumas pessoas tem
muita dificuldade na vida espiritual por conta dos “maus pensamentos”. Julgam que porque pensaram em fazer algo que
não é bom, já cometeram o pecado. Falei no post anterior que o pecado não se
identifica com o sentir, mas com o consentir.
Mas então qual a razão
de rezar pedindo perdão porque pecamos “muitas vezes por pensamentos e palavras”?
Quero partilhar com você hoje o ensinamento dos antigos monges da Igreja que
são verdadeiros mestres espirituais. Espero que lhe ajude a viver mais
tranquilamente com seus “maus pensamentos”.
Segundo esses mestres espirituais, para que a maldade penetre em nosso
coração há um caminho em quatro etapas. Preste bem atenção!
A primeira etapa chama-se “sugestão”.
É o momento em que a ideia de fazer algo ruim chega a nossa mente. Imaginemos
que alguém viu onde um colega guardou uma determinada quantia e “pensou” em
ficar com esse dinheiro. A pessoa ainda não pecou realmente por ter tido esse “mau
pensamento” (ficar com o dinheiro que não lhe pertence). Ela foi tentada a
fazer algo; mas ela ainda não decidiu se vai fazer ou não. Ela teve um mau
pensamento!
A segunda etapa tem o nome de “conversa”
ou “colóquio”. A pessoa do exemplo acima começa a pensar: “Eu estou precisando,
vai me ser útil, poderei comprar algo que está me fazendo falta etc”. Mas a
pessoa não tem condição de tomar uma decisão: pego ou não o dinheiro? Ainda
está indecisa. Não podemos falar ainda em pecado neste estágio.
A terceira etapa recebe o nome de “combate”. É aquele momento em que o pensamento de ficar com o
dinheiro insiste em ficar “martelando” a cabeça da pessoa. Trava-se um “combate
interior” entre a sugestão de pegar o dinheiro e a vontade de resistir e não
pegar aquilo que não lhe pertence. Nesse momento a vontade tem que ser forte e
somente assim a pessoa pode vencer a tentação e não cair no pecado.
A quarta e última etapa chamamos de “consentimento”. Uma vez perdido o “combate” a pessoa decide cometer
o ato sugerido pelo seu “mau pensamento”. Somente nesse estágio podemos falar
em pecado em sentido estrito. E a partir desse momento, mesmo que algo exterior
aconteça para impedir a concretização do ato, o pecado já foi cometido porque
aconteceu no interior do coração; porque a pessoa já deu seu consentimento à
malícia da sugestão.
Portanto, não basta pensar para pecar. Nas
palavras do Padre Tomás Spidlik: “A pessoa é essencialmente aquilo que decide e
não aquilo para o qual a atração dos sentidos a leva (...). Diante de Deus a
pessoa é aquilo que livremente quer e não aquilo que sente contra a própria
vontade”. Apesar de toda nossa fraqueza,
ainda nos resta um pouco de liberdade para decidir. Ter consciência disso se
mostra fundamental para o crescimento de nossa vida espiritual.
2 comentários:
Gostei! minha duvida foi tirada. Agora tem fundamento para ajudar o penitente
Muito boa a reflexão. Lembrei-me agora das aulas de Teologia Moral com o Prof. Dr. Pe. Moésio. O assunto não foi especificamente os sonhos, mas o contexto da reflexão me fez compreender claramente esses processos. Abraços.
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